Saturday, March 31, 2018


A EXTINÇÃO DA HUMANIDADE DESDE UM PONTO DE VISTA ABSOLUTAMENTE LEIGO


    Nós estamos cultivando uma super bactéria, resistente á todos os tipos de contramedidas, que cedo ou tarde se espalhará pelo planeta. Isso nós podemos evitar, ainda, basta que abandonemos o insensato hábito de reunir vários doentes em um mesmo edifício.

    Mas uma pedra cairá dos céus,  no mínimo vinte vezes  maior e mais pesada que o monte Fuji. E o grande Yellowstone despertará, ou algum outro vulcão menor mas equivalente para todos os fíns práticos. E a respeito desses fatos nada podemos fazer.

   Depois dessas coisas terem ambas acontecido, não uma mas muitas vezes cada uma, a nossa estrela de referência vai explodir. E todas as evidências dessas coisas desaparecerão na explosão.

   Muito tempo depois disso a nossa inteira Galáxia vai dar PT, de um geito ou de outro, e nenhum seguro cobrirá essa perda.

    Não temos certesa de que o Universo em si mesmo terminará, pode ser que ele continue para sempre, se renovando, inalgurando novas galáxias a cada falência das antigas. Então, em tese, a espécie humana poderia durar eternamente. Bastaria para isso que consequissemos nos espalhar para além do nosso planeta, e para além da nossa Galáxia, rápido o suficiente.

   Exceto que até aqui estivemos esquecendo que somos fruto de um aglomerado de ácidos em constante mudança. A humanidade está mudando, e isso inevitavemente implica que cedo ou tarde ela terá se transformado em alguma espécie evidentemente não humana. Nossos descendentes poderão nascer com novos órgãos que os tornarão capazes de processos cognitivos tão superiores aos nossos quanto os nossos são superiores aos de um pardal; e continuar nessa direção, chegando a um tempo quando o fruto genético da espécie humana será tão mais complexo do que nós quanto nós somos mais complexos do que a ameba média. E/ou nossos descendentes podem perder a capacidade de falar, se tornar uma espécie qualquer de macaco aquático, e acabar extintos por aquela pedra enorme que cairá do céu. E/ou, porque as espécies vivas às vezes se bifurcam e uma delas pode gerar muitas outras ao longo de algum tempo.

   É certo que poderíamos, em tese, garantir a continuidade da humanidade contra as forças indiferentes e impessoais da Genética. Para isso bastaria que nossos descendentes mais próximos adotassem um fanatismo eugenista absoluto e o mantivessem pela eternidade. Isso, e apenas isso, garantiria a preservação da nossa espécie tal como nós a conhecemos; ou mais exatamente tal como esses nossos descendentes a conhecerão.
   Só que nada disso importa. Porque nada disso vai acontecer durante o nosso tempo de vida. E nem durante o tempo de vida das vinte gerações humanas ainda por nascer.

   Nenhum de nós, falando francamente, dá a mínima para o que vai acontecer com a espécie humana depois de oito gerações de seus próprios descendentes. Caso para impedir que o seu décimo terceiro descendente em linha reta fosse extinto junto com o resto da humanidade bastasse você acordar meia hora mais cedo na segunda quarta-feira de Maio pelos próximos cinco anos, então o seu décimo terceiro descendente seria extinto com o resto da humanidade, com toda a certeza.

    Concluíndo, a extinção da humanidade não nos diz respeito.

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